17. Planejando seu jardim: Jardins de baixa manutenção

Um jardim formal, com arbustos perfeitamente geométricos exige bastante trabalho. Foto de  Maxwell Hamilton
Um jardim formal, com arbustos perfeitamente geométricos exige bastante trabalho. Foto de Maxwell Hamilton

Todas as plantas e estruturas do jardim requerem alguma manutenção. No entanto, você pode fazer certas escolhas que definirão se ele demandará muita ou pouca manutenção. Muitas pessoas gostam de trabalhar no seu próprio jardim e intencionalmente escolhem espécies e estruturas que necessitam de muita manutenção. Outros preferem um jardim atrativo e funcional, mas não desejam passar seus finais de semana arrancando ervas daninhas, adubando, afofando a terra, podando, capinando e irrigando. Se você está no segundo grupo, você deve pensar em um jardim de baixa manutenção.

A casca de pinus é um material orgânico bastante utilizado em jardins. É durável e tem um aspecto natural. Foto de Eric Martin
A casca de pinus é um material orgânico bastante utilizado em jardins. É durável e tem um aspecto natural. Foto de Eric Martin

Canteiros e maciços com forrações, sejam inertes ou de plantas, usualmente demandam menos trabalho do que áreas gramadas. Plantas próprias para forrações perenes, que densamente cobrem o solo, ou materiais orgânicos como casca de pinus, maravalha, folhas mortas, etc, mantém o solo livre de ervas daninhas, ajudam a preservar a matéria orgânica e a umidade do solo, além de se misturarem com o paisagismo.

Você ainda pode usar materiais não orgânicos, como cascas de pneu, pedras, pedriscos, cacos de cerâmica, com função semelhante. Neste caso, é recomendado colocar um manta geotêxtil entre o solo e a forração inerte, para um efetivo controle das plantas daninhas, sem prejudicar a drenagem do solo. Estes materiais, no entanto, nem sempre combinam bem com o paisagismo e testes devem ser realizados. Procure sempre escolher um material que se pareçam o mais natural possível. Além disso, leve em consideração que pedriscos muito claros, podem refletir a luz solar de forma demasiada, prejudicando as plantas e ofuscando a visão.

Não é só de delimitadores plásticos que vivem os canteiros. Seja criativo e faça pequenas muretas ou use pedrinhas para separar com elegância e eficiência. Na foto, há até um pequeno curso de água na delimitação, que dá espaço a plantas aquáticas. Foto de La Citta Vita
Não é só de delimitadores plásticos que vivem os canteiros. Seja criativo e faça pequenas muretas ou use pedrinhas para separar com elegância e eficiência. Na foto, há até um pequeno curso de água na delimitação, que dá espaço a plantas aquáticas. Foto de La Citta Vita

Nas áreas onde o gramado é realmente necessário, dê preferência para utilizar cortadores de grama ou roçadeiras com recicladores. Assim as aparas ficam finamente picadas e a remoção das folhas com o ancinho pode ser dispensada. Outra opção é os cortadores com recolhedor de aparas, que permitem levar as aparas diretamente para a compostagem, sem que seja necessário recolhê-las. Isso permite também, uma redução dos custos e do trabalho com a adubação do gramado, já que os nutrientes são reaproveitados.

O uso dos separadores de canteiros, apesar de abominados por alguns, também ajudam a reduzir o tempo gasto com manutenção. A questão aqui, acredito eu, tem mais haver com o uso correto dos separadores, que devem ficar quase invisíveis, e não metade para fora, como costumamos ver por aí. Além dos separadores plásticos, encontrados em rolos, nos garden centers, podemos utilizar materiais alternativos para delimitar os canteiros. Cepos, blocos de concreto, tijolinhos, pedras, muretas construídas, bambu, entre outros materiais, podem ser aproveitados para delimitar os canteiros de forma graciosa. Mas atente para que o material escolhido combine com o estilo do seu jardim e não fique com aspecto artificial.

Jardins com formas naturais e sem a rigidez nas linhas, geralmente é mais fácil de manter. O jardim da foto foi apresentando no RHS Chelsea Flower Show de 2014, e aplica conceitos de sustentabilidade, com aproveitamento inteligente da água. Foto de Karen Roe
Jardins com formas naturais e sem a rigidez nas linhas, geralmente é mais fácil de manter. O jardim da foto foi apresentando no RHS Chelsea Flower Show de 2014, e aplica conceitos de sustentabilidade, com aproveitamento inteligente da água. Foto de Karen Roe

Use sempre plantas bem adaptadas que vão requerer manutenção mínima. Demanda muito tempo e trabalho manter plantas com formas pouco naturais, como topiarias e espaldeiras. Além de muitas espécies de árvores frutíferas que necessitam de podas frequentes.

Utilize o espaçamento correto entre as plantas durante a implantação do jardim. Se você fizer cultivos muito densos, pensando em ter um efeito rápido, isso exigirá mais trabalho de podas no futuro. Se você plantar poucas plantas, novos plantios necessitarão ser feitos para preencher os espaços.

Não precisa abandonar os amores-perfeitos para ter um jardim de baixa manutenção. Mas plante-os em jardineiras ou canteiros não muito extensos.
Não precisa abandonar os amores-perfeitos para ter um jardim de baixa manutenção. Mas plante-os em jardineiras ou canteiros não muito extensos. Foto de Koichi Oda

As plantas perenes são uma boa escolha para jardins de baixa manutenção. No entanto, seu jardim pode ganhar a graça das flores anuais, desde que você faça canteiros não muito extensos ou plante-as em vasos e jardineiras, que facilitam o trabalho de plantar e replantar com frequência.

Tenha em mente que um jardim com formas naturais geralmente demanda muito menos manutenção do que um jardim com formas duras e geométricas, impostas pela mão do homem.

Artigo anterior: 16. Planejando seu jardim: Deques, Pátios, Muros, Cercas e Iluminação

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