Jeitinho de casa – Revista Natureza

Jardim, arte e soluções criativas andam lado a lado neste espaço aconchegante que resgata as raízes de uma família

Texto Marina Gabai | Fotos Henrique Ribeiro | Paisagismo Daniel de Oliveira

Um jardim agradável, que incentivasse os funcionários a passar o tempo livre na área externa. Foi esse o pedido que os proprietários das duas empresas que funcionam nesta casa em Ribeirão Pires, SP, fizeram ao arquiteto paisagista Daniel de Oliveira quando decidiram reformular a área externa.

A construção erguida na década de 1950 – e que por muito tempo serviu de residência para uma família –
já tinha um ar naturalmente aconchegante, e o profissional foi buscar nos jardins toscanos a inspiração para criar um espaço para descanso e confraternização bem tranquilo. Ele distribuiu móveis de madeira de demolição pelo jardim e apostou na mistura de espécies topiadas, temperos e floríferas, como o beijo-pintado (Impatiens × hawkeri) (1), para contrastar com as paredes azuis. “Também procurei privilegiar plantas de baixa manutenção, uma vez que o lugar não conta com funcionários dedicados exclusivamente ao cuidado com o jardim”, explica Oliveira.

BELO E FUNCIONAL

Duas das preocupações do arquiteto paisagista na hora de estruturar o jardim foram reservar um bom espaço para a
circulação e garantir a acessibilidade. Corredores largos de lajotas de cerâmica cumprem o papel e ainda ajudam a deixar tudo mais aconchegante graças ao ar nostálgico do material.

Caminhos largos de lajota cerâmica garantem a acessibilidade do jardim e o conforto para quem circula pelo local

Para formar pequenas salas de estar ao ar livre, as áreas no entorno dos caminhos foram cobertas com pedriscos e receberam alguns bancos de madeira de demolição ladeados por espécies variadas cultivadas em vasos. Em uma das composições, Oliveira apostou na mistura do florido beijo-pintado (1) com a aromática hortelã (Mentha spicata) (2) e o buxinho (Buxus sempervirens) (3) topiado para criar um interessante jogo de cores e texturas. Já em outro cantinho, ervas como o alecrim (Rosmarinus officinalis) (4) e o manjericão-limoncino (Ocimum × africanum) (5) dividem espaço com um vaso mix de suculentas. “Os temperos deixam o jardim cheiroso e ainda podem ser colhidos pelos funcionários”, conta ele.

Vasos com folhagens e floríferas foram estrategicamente colocados junto aos bancos para aproximar as pessoas do verde

Espécies em canteiros também fazem parte do paisagismo, caso do pleomele-variegado (Dracaena reflexa ‘Variegata’) (6), que disfarça o muro, da lavanda (Lavandula dentata) (7) e dos antúrios-nobres (Anthurium nymphaeifolium) (8).

A maior parte do jardim teve o piso forrado por pedriscos. Depois foi só acomodar os bancos e os vasos de alturas variadas para criar composições bem dinâmicas

Enquanto os temperos trazem um aroma agradável ao ambiente, suculentas e floríferas dão conta da ornamentação

BOAS-VINDAS RÚSTICAS

O jardim na entrada da empresa segue a mesma linha da área de convivência: enquanto o canteiro com pleomele-variegado (9) suaviza a parede do corredor lateral, o canteiro central mistura plantas cultivadas direto no solo – caso da lavanda (7), do amor-perfeito-de-verão (Torenia fournieri) (10) e da murta (Eugenia sprengelii) (11). Todas elas crescem em meio às pedras vulcânicas usadas para dar um ar mais natural ao cenário. Também fazem parte da composição os buxinhos (3) topiados em forma de bola e plantados em vasos bem altos e enfileirados junto ao caminho.

O jardim da entrada é uma amostra do que as pessoas vão encontrar nos fundos: caminho de lajotas, áreas forradas por pedriscos e plantas crescendo nos canteiros e em vasos

O toque final fica por conta de dois vasos pendentes com petúnias (Petunia × hybrida ‘Grandiflora’) (12) estrategicamente posicionados junto à porta de madeira de demolição. De ciclo anual, a espécie requer substituições periódicas, seja por mudas novas de petúnia, seja por outras espécies floríferas.

A maior parte das plantas cutlivadas no jardim é perene. Uma das poucas exceções são as petúnias plantadas em vasos pendentes, que precisam ser trocadas de tempos em tempos

 

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