A grama mais verde – Revista Natureza

Texto Marina Gabai

Projeto: Paola Binchi (jardinista); foto: Valerio Romahn

As árvores frondosas, os arbustos floridos, os vasos charmosos, as frutíferas carregadas. São muitos os elementos que vêm à mente quando se pensa em criar um belo jardim, mas quase ninguém se atenta a um item essencial para a harmonia do cenário: o gramado. Geralmente deixado para segundo plano, é ele que dá aos protagonistas as condições necessárias para brilharem e, quando bem cuidado, faz saltar aos olhos o capricho na implantação do paisagismo.

Existem várias formas de se instalar um belo gramado e, no caso dos jardins residenciais, a mais indicada é por meio de placas. Vendidas já prontas, elas são fáceis de acomodar e oferecem resultado quase que imediato, sem o risco de erosão ou de ver ervas daninhas brotando aqui e ali em meio ao tapete recém-formado.

Confira a seguir o beabá para acertar na instalação das placas de grama e conquistar o gramado mais verde da vizinhança.

1. GRAMA NÃO É TUDO IGUAL

Divulgação: ShutterstockUm gramado bem-sucedido começa com a escolha do melhor tipo de grama para o seu jardim, e a decisão deve ser feita com base em fatores como clima, tipo de solo e disponibilidade de luz. As espécies mais indicadas para jardins residenciais são a zeon-zoyzia (Zoyzia ‘Zeon’) (1), cujas folhas finas ficam bem próximas umas das outras e exibem um tom intenso de verde; a São-Carlos (Axonopus compressus(2), de folhas mais largas; e a esmeralda (Zoysia japonica(3), que tem folhas médias e verde-esmeralda.

As três se desenvolvem bem em todo o país mas, Ernesto Enriques, engenheiro agrônomo da Green Grass, recomenda dar preferência à zeon e à São-Carlos em regiões de clima frio, pois elas se mantêm verdes mesmo em baixas temperaturas. Em regiões de clima mais quente, por sua vez, a dica de Mário Kaneshi, gerente de marketing da Itograss, é optar pela esmeralda, que resiste bem à seca e ao pisoteio.

Crédito: Valério Romahn

A esmeralda e zeon são as mais indicadas para terrenos arenosos, enquanto os solos argilosos podem receber qualquer uma das três. Se a área de plantio for sob sol pleno a escolha é livre, mas à meia-sombra é melhor apostar na São-Carlos.

2.PREPARO DO TERRENO

Crédito: Shutterstock

Assim como acontece na hora de plantar árvores e arbustos, é necessário preparar o solo corretamente antes de implantar a grama. O primeiro passo é deixar o terreno limpo e livre de invasores. Remova manualmente pedras, pedaços de madeira e qualquer outro objeto indesejado. Já para se livrar das ervas daninhas, as opções são retirá-las com as mãos se a infestação for pequena; ou recorrer ao tratamento com herbicidas nos casos mais graves.

A próxima etapa é corrigir o pH do solo. “Se você não tiver como fazer uma análise química para determinar as condições exatas do seu terreno, parta do princípio de que a maior parte dos solos brasileiros é ácida, e incorpore a ele uma fonte de calcário e outra fonte de fósforo”, explica Henriques. A sugestão do profissional é usar 200 g de cálcio e 40 g de superfosfato simples em cada m².

Por fim, com o auxílio de um rodo de madeira, nivele bem o terreno para eliminar pequenos desníveis. Assim não haverá o risco de a água da chuva acumular e deixar o gramado mais suscetível a pragas.

3. IRRIGAÇÃO AUTOMÁTICA OU MANUAL?

Crédito: Shutterstock

Se você estiver pensando em usar um sistema automatizado para irrigar o gramado – ele deve ser projetado por um especialista –, é este o momento de implantá-lo. A medida, embora cara, pode ser vantajosa no longo prazo: “A irrigação automática garante uma distribuição uniforme e controlada da água, evitando o desperdício”, afirma Henriques. Caso a opção seja pela rega manual, a dica para não desperdiçar água é molhar o gramado sempre no início da manhã ou no final da tarde, quando o sol está mais fraco e, consequentemente, as perdas para a evaporação são menores.

4. COLOCAÇÃO DA GRAMA

Crédito: Shutterstock

Uma vez preparado o solo, as placas de grama podem ser instaladas em qualquer época do ano. A adaptação ao novo terreno, porém, será mais rápida na primavera e no verão, e mais lenta no outono e no inverno. “Qualquer que seja o local de instalação, o mais importante é posicionar as placas bem próximas umas das outras, para que não haja espaço para as ervas daninhas brotarem entre elas”, diz Henriques.

Em terrenos planos, basta acomodar as placas linearmente uma ao lado da outra. Já em taludes, elas podem ser colocadas na horinzontal ou na diagonal: o essencial é assentá-las como se fossem tijolos em uma parede, sem que a junção das placas de uma linha coincida com as da linha seguinte. “Em áreas onde a incidência de chuvas é maior, procure colocar as placas de grama na horizontal para evitar a criação de canaletas. Se for necessário use estacas para fixá-las”, aconselha o engenheiro agrônomo.

5. CUIDADOS PÓS-IMPLANTAÇÃO

Crédito: Shutterstock

Uma vez posicionadas todas as placas, use um rolo compactador ou socador para melhorar o contato da grama com a terra e acelerar o enraizamento. Uma boa irrigação também é essencial nesse momento. “Nos primeiros 15 ou 20 dias depois do plantio, molhe a grama duas ou três vezes por dia para manter uma camada de 7 cm do solo sempre úmida”, diz Henriques. Passado este período, adube o gramado com 30 g de NPK 20-10-20 para cada m2 e, em seguida, molhe generosamente.

Com esses cuidados na implantação e a devida manutenção, seu gramado tem tudo para roubar a cena e conquistar o título de o mais belo das redondezas.

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