Uma nova coroa – Revista Natureza

Texto Aida Lima | Fotos Valerio Romahn

A mini-coroa-de-Cristo é compacta, pouco exigente no cultivo, adora o sol e o melhor: dá flores sem parar o ano inteiro. Conheça a novidade, que chega para embelezar os jardins e o paisagismo com vasos

Foto Simone van Oen / Joost Kalanchoe
Compacta e bem formada, a mini-coroa-de-Cristo, ou Euphorbia milii Miliiana, fica linda tanto no jardim quanto em vasos

Esqueça aquela coroa-de-Cristo agressiva muito usada nos jardins como cerca viva defensiva. A novidade agora é a versão mini dessa herbácea, mais delicada, com folhas grandes, bem formadas e inflorescências com variadas opções de cor. Ela é perfeita para decorar canteiros e jardins de vasos sob sol pleno. Seu nome botânico é Euphorba milii Miliiana. Essa a novidade surgiu de um melhoramento genético que começou na Dinamarca anos atrás e passou por diversos cruzamentos com cultivares do mundo inteiro, em especial da Ásia e da Ilha de Madagascar.

Essas novas variedades chegaram ao Brasil há menos de dois anos, e já encantam pelo colorido de suas brácteas, que podem ser encontradas em quatro novas cores, além do tradicional róseo-avermelhado da coroa-de-Cristo tradicional que conhecemos por aqui. A planta chega ainda com outras grandes vantagens que todo jardinista adora: tem crescimento compacto, é bem resistente a pragas e doenças e é muito rústica, do tipo que não exige frequência de adubações. É daquelas que realmente é preciso fazer esforço para matar, principalmente os jardinistas que esquecem de regar suas plantinhas. Nesse caso, ela até gosta de falta d´água. Em resumo, com a mini-coroa-de-Cristo a regra é: sol demais e água de menos.

Colorida e vibrante, a nova coroa-de-Cristo se enche de flores desde pequena ainda no vasinho
A mini-coroa-de-Cristo pode ser encontrada nos garden centers nas cores amarela,
mesclada, rosa e róseo-avermelhada

Um Show de Flores

O diferencial dessa bela novidade é, sem dúvida, sua florada intensa e que desponta o ano inteiro. O curioso nas coroas-de-Cristo é que o que parecem ser as flores, na verdade são folhas modificadas com coloridos diversos. Botanicamente, elas são chamadas de brácteas e, diferentemente das folhas tradicionais, são menores e mais delicadas. Elas se multiplicam em pares compondo uma inflorescência vertical, como um belo buquê colorido. As flores propriamente ditas são miudinhas e amarelas e se concentram no miolo, protegidas pelas brácteas. Quando você tiver sua mini-coroa-de-Cristo em mãos, aproveite para contemplar toda essa delicadeza. Com um olhar mais atento você vai perceber que na base das flores tem até um leve brilho. É o néctar que as abelhas tanto amam e o que torna a planta uma espécie bee friendly do tipo ideal para atrair polinizadores.

As novas variedades

A mini-coroa-de-Cristo é chamada assim desde que chegou ao Brasil por apresentar um crescimento mais lento e compacto. Isso torna a planta ideal pra formar maciços baixos em qualquer tamanho de jardim, e não pra o uso como cercas vivas, como se usa ainda com a espécie-tipo. Em vasos e cachepôs, essa planta fica linda sozinha ou em conjunto de várias cores. As cores disponíveis atualmente no mercado são a róseo-avermelhada, a branca, a rosa, a amarela e algumas variações de tons mesclados.

As brácteas da mini-coroa-de-Cristo nascem em
pares na ponta de curtas hastes que bifurcam
continuamente, formando um charmoso buquê

Suculenta, mas tem espinhos

Ela tem espinhos mesmo, mas eles nascem molinhos na muda. Só depois é que vão ficando firmes, enquanto a planta se estabelece no jardim, e ainda assim são difíceis de acessar por conta das várias folhas que envolvem a planta. E, como tem espinhos, muita gente acha que é um tipo de cacto. Na verdade, as coroas-de-Cristo pertencem à família das euforbiáceas, a mesma das poinsétias, aquelas plantas vermelhas de Natal. Em comum, elas destilam um látex quando alguma parte do tecido é cortada. A substância é tóxica e pode causar alergia, por isso, vale evitar o contato, mas se acontecer é só lavar a pele com água corrente que fica tudo bem.

Vou comprar. Como cuido?

Não tem grandes segredos. As mudinhas podem ser mantidas nos vasos e acondicionadas em cachepôs ou serem replantadas em um jardim ou em uma jardineira, desde que fiquem num substrato bem leve e que garanta uma boa drenagem das regas. Pra isso, escolha a mesma terra indicada pra cactos e suculentas. Segundo a produtora Simone van Oene, do viveiro Joost Kalanchoe de Holambra, empresa que trouxe com exclusividade os direitos de cultivo da Eurphorbia milii Miliiana ao Brasil, pra manter sua planta sempre saudável e com cores vibrantes é essencial mantê-la em local que receba, pelo menos, de 4 a 6 horas de sol por dia, do contrário a planta vai perder o viço e as folhas vão amarelar e cair.

Quanto a pragas e doenças, no caso das Miliianas, ainda não se tem notícia de algum inseto ou doença que incomode a ponto de atrapalhar seu desenvolvimento. Cochonilhas, se aparecerem, podem ser controladas com inseticidas de jardinagem. Se a planta começar a escurecer na base, pode ser sinal de algum fungo querendo se instalar por excesso de umidade. Por isso, regue apenas quando a terra estiver seca.
Com relação à adubação, a planta é pouco exigente e, graças à sua genética, mesmo que não receba fertilização constante, se mantém florida. Isso não impede que você alimente suas plantinhas, principalmente na hora do plantio, pra elas se adaptarem mais rapidamente ao jardim. Opte por um NPK de manutenção, do tipo 10-10-10, na quantidade e frequência indicada pelo fabricante. Com poucos cuidados, essa bela novidade chegou pra resgatar a memória afetiva das plantas de casa de vó vai alegrar e encher de cor seu jardim

Foto Simone van Oen / Joost Kalanchoe
A Miliiana fica um charme em cachepôs na decoração

Essa reportagem foi publicada na edição 424 da Revista Natureza.  Para adquirir, clique aqui.

Para conhecer o viveiro Joost Kalanchoe de Holambra, clique aqui.

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